quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Eleição para Reitor(A) da UNIFESP

Faço questão de registrar meu apreço ao resultado da eleição para a Reitoria da UNIFESP.

Ganhou a Chapa 3, numa disputa improvável... Ganhou, na minha opinião, o desejo de mudança.

Vitória Magnífica, a Reitora fará jus ao pronome/adjetivo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

E a vida continua frenética...

Em tempos de eleições, tivemos as municipais, teremos na próxima semana para reitor e, em breve, para Direção do ICT.

Sobre as eleições municipais, há pouco a comentar. O PSDB perdeu por não ter preparado um candidato. Contam as línguas ferinas que o PSDB contava com a participação do ex-prefeito Emanuel para uma eleição tranquila... Mas não contavam com a Lei da Ficha Limpa.

Para a reitoria, voto na Chapa 3. Está é a única chapa que oferece alguma chance de mudança.



sábado, 18 de agosto de 2012

Rede Evil

Não posso deixar de anotar que dessa vez a Rede Globo se superou:

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/termina-a-greve-de-professores-e-funcionarios-de-oito-universidades-e-institutos-federais/2095497/

Que mentiras deslavadas!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Entrada única (episódio n)

Muito bem meu querido leitor,

Hoje teremos reunião de congregação onde será definido o formato do BCT noturno.
Não falarei nada além do que já falei em maio de 2011...


Arlindo.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Guarulhos e o descompromisso (de alguns) docente com o projeto


E foi protocolado mesmo por professores da FILOSOFIA o pedido de saída do campus de Guarulhos de Guarulhos.

Eu sugiro a estes docentes que prestem concurso na USP!

A UNIFESP é uma conquista de Guarulhos e dos Pimentas. Se está como está é porque estes mesmos professores, que pedem a remoção, comodamente trabalham em casa e só vão lá para dar suas aulinhas. É mentira?

Falei o que me estava atravessado a tempos!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Greve...

Só passei aqui para dizer que o PROIFES é um LIXO!

Ele me faz pensar em nunca mais dar um voto se quer ao PT. Mas nem se o candidato deles for melhor... Entre Maluf e X do PT, hoje eu votaria no Maluf.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nhá Chica, a Santa de Baependi-MG

Preciso ser breve, pois os alunos me esperam...

Quero apenas registrar que as pessoas deviam conhecer a história de Nhá Chica, a Santa de Baependi-MG. É uma das mais belas, senão a mais bela, história de vida que já vi.

Arlindo.

Ps.: Paulo Coelho também acha: http://paulocoelhoblog.com/2012/06/17/nha-chica-de-baependi/

Ciência aberta.

É insustentável que os artigos científicos continuem sendo pagos.

Por exemplo, se eu quiser fazer o download do meu artigo "Is IEEE 802.11 ready for VoIP?" deve-se pagar USD$ 31,00. Mas para fazer esse artigo eu era pago pelo CNPq...

A solução passa por aqui: http://arxiv.org .

Passa também por não aceitarmos que nosso trabalho seja cobrado. Uma boa alternativa é o modelo da revista Jisa (http://www.springer.com/computer/communication+networks/journal/13174), no qual um artigo fica disponível gratuitamente por um ano. Começa a ficar justo...

A própria Springer, uma das gigantes da área, já permite que os autores escolham por modelos gratuitos: http://www.springer.com/open+access/open+choice?SGWID=0-40359-0-0-0

Autores, acordem, pelas mesmas leis naturais que regem o software livre, seu artigo, se aberto, terá muito mais impacto.

terça-feira, 19 de junho de 2012

As pessoas enlouqueceram? Ou apenas defendem o próximo?

Ouvi três pessoas diferentes contestar as afirmações de que os alunos foram responsáveis pelo vandalismo e depredação e patrimônio público no campus Guarulhos da UNIFESP no dia 18/06/2012.

A primeira vez que ouvi foi de uma conselheira do Conselho de Assuntos Estudantis: "Nem sei se foram os alunos quem jogaram essa pedra."


A segunda vez, foi de uma professora de SJC: "Isso não foi filmado."

Na terceira vez, foi um aluno de SJC via Facebook. Ele contestava a presença de provas: "ninguem gravou os estudantes fazendo vandalismo?"

Caríssimos colegas! Quem vocês acham que pixou o campus antes da chegada da polícia? E depois... Quem vocês acham que quebrou os vidros? Quem vocês acham que revirou os armários? Quem quebrou os computadores?

Temos as seguintes alternativas:

a) Os alunos;
b) Os(as) funcionários(as) da secretaria acadêmica;
c) Os policiais militares para justificar a violência;
d) O Diretor do campus para colocar a culpa nos alunos;
e) O saci-pererê;
f) A velhinha de Taubaté.

Ora! Façam-me o favor de reconhecer os erros dos alunos.
Eu acho que nem vocês acreditam no que estão dizendo.


É claro que foram os alunos.

Fotos da depredação: http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/v/estudantes-da-unifesp-sao-detidos-apos-confronto-com-a-policia/1994998/

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uso político da greve de Guarulhos

Ainda sobre a greve e a violência em Guarulhos...

Algumas coisas são fatos praticamente indiscutíveis: devia ser evitada a presença da Polícia Militar no campus, a PM talvez tenha agido com excesso de força, os alunos NÃO deviam ter depredado o campus etc. Muitas coisas erradas juntas são um indicador irrefutável do alto grau de descontrole da situação.

Mas volto a escrever para destacar alguns usos e desdobramentos políticos da greve discente.

O primeiro, e mais óbvio, é a articulação do comando de greve com os partidos políticos. Sobre esse ponto não preciso me alongar, pois todos sabemos que boa parte dos alunos mais engajados também militam em partidos políticos, sobretudo nas alas radicais.

O segundo ponto é o que mais me preocupa agora...

Hoje existem duas cabeças a prêmio ou duas "batatas assando": a) a do Prof. Marcos Cezar, diretor do campus de Guarulhos; ainda hoje, cerca de 150 pessoas pediam sua cabeça na Av. Paulista. b) a da PRAE, que foi colocada a parte do processo de negociação para o retorno das aulas.

Hoje, durante a reunião do Conselho de Assuntos Estudantis, a gestão da PRAE sinalizou a possibilidade de renúncia. Muito bem, vamos falar claramente: não foi exatamente uma sinalização de desejo de renúncia, provavelmente é outro pedido fraternal de cabeças, a coisa está ficando insustentável. Então, com a boa intenção de apoiar a gestão da PRAE, o Conselho aprovou uma moção de apoio à PRAE, reforçando a importância do diálogo como único caminho para a resolução dos conflitos.

Entretanto, contudo e todavia... Temo que haja uma disputa de forças entre as -- hoje -- antagônicas forças da PRAE e da Direção de Guarulhos. E temo que a moção aprovada hoje seja uma arma nessa disputa. Esclareço: a PRAE e o seu respectivo conselho desaprova a gestão administrativa e de conflito exercida pela direção do campus de Guarulhos. Por outro lado, a Direção do campus de Guarulhos não dá participação à PRAE sobre suas ações sobre a greve. Temos, portanto, um impasse.

Aliás, os alunos falam abertamente que não negociam com a PRAE, pois esta é vista como uma entidade que defende os interesses da Reitoria. E como mencionei, os alunos pedem abertamente a renúncia do Diretor de Guarulhos.

A renúncia do Diretor, entretanto, não é apoiada pelos docentes. Pelo menos, não foi sequer acenada pela congregação do campus. Além disso, ele é um legitimíssimo dirigente eleito, inclusive, sem chapa de oposição.

Então, como isso pode se resolver? Me parece límpido e transparente que PRAE e Direção de Guarulhos estão em rota de choque. E vejo poucas possibilidades de que ambas, harmoniosamente, voltem a conversar. Não cabe perguntar quem vai ganhar, pois todos vão sair perdendo.

Quem, por fim, terá de resolver esse ponto de impasse? Será a Reitoria, nas figuras do Magnífico Reitor e do Consu. Não arrisco palpites... Apesar de tê-los...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ainda sobre Guarulhos...

No dia 28 de abril escrevi sobre as proporções que tomava a greve de Guarulhos. Reforço o que eu disse antes e que repeti no Conselho de Assuntos Estudantis: há uma guerra de informação em curso...

Além da guerra de (des) informação, quero acrescentar outros três pontos que me parecem fundamentais para pensar o que está acontecendo:

a) uso político. Alguns "alunos" alinhados a partidos políticos de extrema esquerda tem utilizado a greve dos alunos como forma para atacar o governo federal. Hoje, estamos por um fio para que o objetivo desses partidos seja alcançado. Será que os episódios serão mostrados no Jornal Nacional na próxima hora? Acho que serão... E se forem, ponto para os extremistas da esquerda!

b) disputa de poder. A continuidade da greve interessa para alguns grupos, em especial, interessa para o comando de greve. Enquanto a greve continuar, eles mantém o poder. Com coação e violência, bloquearam o diálogo e as negociações. Enquanto estes elementos falarem pelos alunos, não haverá avanço. E é isso que eles querem! Não sejamos tolos, esses indivíduos não são alunos, são líderes de partidos de extrema esquerda. Não estão interessados no bem da Unifesp, se estivessem, não a depredariam.

c) práticas políticas no meio acadêmico. Estamos incorporando no meio acadêmicos discursos políticos e, o que mais me incomoda, práticas políticas. Por exemplo, por que um estudante que depreda patrimônio público não pode ser preso? Esses estudantes detidos na PF da Lapa não são presos políticos, estão detidos por depredação. Há um nível de banditismo nas ações do comando de greve. Ninguém fala... Mas todo mundo sabe disso...

O assunto é todo delicado, por isso paro por aqui.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Redes complexas... Que área é essa?

Em 2008 me deparei com problemas de redes, em grandes redes, cujo único caminho para solução era a simulação de comportamentos dos nós. As redes em questão continham milhares de nós (vértices) e dezenas de milhares de ligações entre os nós (arestas).

Mais recentemente, em 2010, começamos a trabalhar em algoritmos para detecção de motifs em redes biológicas. De novo, a única saída para manipular tais redes complexas foi a simulação.

Agora, ao buscar métodos para extração de Inteligência Coletiva a partir de dados coletados por telefones celulares, novamente esbarro em técnicas de simulação em grafos.

Me dei conta de que os problemas realmente interessantes da atualidade são mapeáveis em redes complexas ou grandes grafos. Isto é: é como se tivéssemos atravessado a barreira dos pequenos problemas, todos esses já resolvidos ou bem estudados, e entrado no desafio de entender o todo.


No fundo, queremos responder: qual é a estrutura das estruturas? Como essas grandes redes se formam? O que as mantêm coesas? Etc.


Refletindo um pouco mais sobre essas "coincidências"... tentei buscar as referências teóricas sobre o assunto. Fui descendo nas referências até chegar nos artigos seminais de Paul Erdos e Rényi sobre Randon Graphs (Grafos Aleatórios).

Não sabemos qual é a estrutura que rege as redes complexas, mas sabemos que elas podem ser e são representadas por meio de grafos. Apesar de conhecermos uma miríade de resultados sobre grafos pequenos, pouco sabemos sobre a estrutura de grafos grandes, que são os mais reais e interessantes.

Por enquanto, já me armei com 3 livros novos, além de alguns artigos da Internet. Minha primeira dúvida é escolher um nome para a área. Os principais candidatos são:

  • Redes complexas, pegada em grafos;
  • Ciência de redes, pegada matemática;
  • Inteligência coletiva, pegada em Inteligência Computacional.
Por enquanto, prefiro o termo Redes Complexas.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Futuro dos cursos noturnos no ICT-UNIFESP

Eu e outros dois professores estamos preparando uma apresentação sobre a qualidade dos cursos noturno. Além da discussão geral sobre o tema, em particular, pretende-se propor uma lista de pequenas ações que poderiam contribuir para a qualidade dos cursos conduzidos pelo ICT-UNIFESP.

Na Unifesp, os cursos noturnos passam por um momento de definições. Acho que a única certeza é a de que não ficarão como são hoje. Atualmente há duas turmas ingressantes, a de Ciência da Computação (BCC) e a de Matemática Computacional (BMC). Com a aprovação da entrada única (que, reforço, foi feita sem a prometida rediscussão sobre o tema; passaram um grosseiro calote no movimento de greve de 2011!), o ingresso noturno em 2013 será para o curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT). Entretanto, há muitas indefinições. Concentro as minhas observações e exemplos nos desdobramentos em torno do curso de computação, mas creio que as mesmas indefinições são válidas para o BMC.

As indefinições principais são:


  • Serão quantas vagas? As mesmas 100 atuais? (Devíamos trabalhar para aumentar esse número.)
  • Como será a grade do BCT noturno e quantos semestres serão necessários para integralizar o curso?
    • O BCT integral possui 2592 horas (vide link no final do texto para o projeto pedagógico); assumindo, por simplicidade, que cada disciplina seja de 72 horas, seriam 36 disciplinas. Para ser integralizado em 3 anos, seriam necessários 6 disciplinas por semestre; isto é, aulas todos os sabados! (O estudante vai estudar quando? Considero esse cenário totalmente inviável!) Para ser intregralizado em 3 anos e meio, seriam 5 disciplinas por semestre mais algumas horas. Em quatro anos seriam 4 disciplinas e meia por semestre. (Confesso, prefiro esse último apesar de ocupar 1 ano a mais.)
  • Quais serão as trajetórias oferecidas no BCT noturno?
    Creio que as duas trajetórias naturais seriam: Ciência da Computação e Matemática Computacional. Mas isso ainda não foi definido.
  • Quais serão os cursos pós-BCT noturnos?
    • Já se cogitou que os pós-BCT seriam oferecidos apenas em período integral; mas isso obviamente enfraqueceria o ensino noturno. Não foi um cenário bem aceito, pela simples razão de que poucos deveriam ser os casos de egressos do período noturno que voltariam a cursar cursos integrais.
  • Se existirem cursos pós-BCT no noturno, quanto tempo a mais o aluno levará para integralizar o curso? Façamos um ensaio:
    • Segundo a norma CNE/CES Nº 184/2006, o BCC deve ter no mínimo 3.000 horas.
    • O projeto pedagógico do BCC noturno prevê 3.024 horas.
    • O núcleo comum de disciplinas obrigatórias entre o BCT e o BCC é de apenas 6 disciplinas (considerando: Cálculo I, II e III, Lógica de Programação, Estrutura de Dados, Prob. e Estatística) ou 432 horas.
    • Restam 22 disciplinas de "opção limitada" e "livre escolha" na grade do BCT, ou seja, 1584 horas. Vamos supor que seja possível oferecer essas 22 disciplinas em computação.
    • O pós-BCT em computação, para conter os mesmos cursos que o BCC noturno atual, deve ter 3.024 - 1.584 - 432 = 1.008 horas além do BCT.
    • Estas 1.008 horas representam 14 disciplinas, que podem ser cumpridas em 3 semestres.
    • Conclusão: o egresso do pós-BCT noturno em Computação levará, no mínimo, 4 anos e meio para se formar.
      • Esse é o "melhor" caso, que considera que o BCT foi feito em 3 anos (com aulas todos os sábados).
      • O "pior" caso induz a 5 anos e meio de curso.
      • Além disso, no ICT-UNIFESP a porcentagem de alunos do BCT que se formaram no tempo ideal de 4 anos é inferior a 20%. Não seria demais prever que, em média, os egressos levariam 6 anos para se formar.

Nos deparamos, entretanto, com um agravante. Ao levantar o perfil dos alunos do noturno, descobrimos que mais da metade desses alunos provém de cursos técnicos... Isto é, eles tem uma linha profissional bem definida. Observe a figura abaixo, que sumariza a resposta dos alunos do ICT a pergunta: "Fez curso técnico no nível médio?"



No BCC noturno a taxa de respostas SIM é de aproximadamente 70%. O que explica a não concordância da maioria desses alunos com o modelo do Bacharelado Interdisciplinar. Se um dos grandes argumentos a favor do BCT e dos bacharelados interdisciplinares é o de dar uma oportunidade de escolha aos jovens, esse argumento não parece valer para os alunos atuais do noturno. Aparentemente, eles já escolheram suas trajetórias profissionais e não querem ocupar seu tempo em caminhos paralelos.

Pragmaticamente, não tenho razão para não crer nesses dados. Devo dizer, entretanto, que essa pesquisa piloto precisa ser revalidada tentando consultar todos os alunos. E quero fazê-lo, pois a taxa de 70% me parece alta demais... Além disso, alguns refinamentos são necessários, por exemplo, é preciso descobrir em que área esses alunos se formaram no nível técnico.

Retomando, para concluir, não sei se essa categoria de jovens, que tem a sua escolha profissional bem definida, optará pelo BCT e o pós-BCT noturnos.
Em suma, creio que em 2013 teremos um outro perfil de alunos no noturno... Só o tempo dirá como eles serão.


Atenciosamente,
Arlindo.

PS.: Projeto pedagógico do BCT integral: http://www.sjc.unifesp.br/portal/sites/all/files/projeto__pedagogico_bct.pdf

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Qualidade das Escolas (por Claudio de Moura Castro)

http://www.youtube.com/watch?v=cjNQ_GUEVo0&feature=related

Três princípios:
-Objetivo definido;
-Ambiente agradável;
-Persistência no objetivo.

Blog dos alunos...

Encontrei um blog dos alunos com informações sobre a greve:

http://greveunifesp.wordpress.com/

Em particular, achei o vídeo abaixo perturbador:

http://greveunifesp.wordpress.com/2012/04/30/piquete-no-dia-27-de-abril-de-2012


Arlindo.

sábado, 28 de abril de 2012

Greve dos Estudantes no campus Guarulhos da UNIFESP

A greve dos estudantes do campus Guarulhos da UNIFESP já tem duração, proporções e consequências demasiadamente grandes.

O assunto me encomoda por várias razões. Primeiro, não entendo por que chegou a esse ponto; creio que nenhuma das reinvidicações dos alunos precise mais do que vontade política (e execução eficiente) para acontecerem. Segundo, me parece existir a tendência para a criminalização do movimento dos alunos, alunos estão sendo "fichados" por depredação do patrimônio público. Obviamente a depredação, se ocorreu, é injustificada. Mas já vimos isso acontecer em outros tempos, é um perigo. Amplia a intolerância. Mais separa do que agrega ao diálogo.

Terceiro, em tempos de Internet, onde encontro informações consistentes sobre a greve? Onde se pode ler as reinvidicações e as respostas da reitoria? Procurei. Perguntei. Nada encontrei. Imperam os boatos e os informes enviesados.

É preciso que haja transparência de informações e essa transparência deve ser buscada pelos dois lados. Caso contrário, pode se dar uma guerra de informação. Administração apresentando as falhas dos alunos e alunos apresentando a ineficiência do sistema; monólogos sem audiência. É claro, o resultado não é produtivo.

Acho que a solução passa pela criação de um grupo de trabalho para a solução dos problemas estruturais de Guarulhos. Um grupo paritário (funcionários, alunos e docentes), de trabalho, com dedicação exclusiva ao problema, que produza e relate os avanços semanal e oficialmente.

Isso deveria resolver as justas demandas dos alunos. Você não acha?
Por isso não entendo as proporções da greve...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Liberdade

A palavra Liberdade tem sido cada vez mais mal utilizada.

Liberdade não significa poder escolher entre qualquer coisa, inclusive entre coisas negativas.
Por exemplo, não devíamos ter liberdade para fazer mal ao próximo. (Nem a nós mesmos.)

Liberdade não é o direito de escolha entre, por exemplo, assistir futebol ou novela. Isso não é liberdade; estas tratam-se apenas de escolhas irrelevantes.

Liberdade é o direito de ser você mesmo. De optar e seguir nas escolhas em que você acredita serem as melhores a fim de atingir um objetivo. (Importante: esse objetivo tem de ser justo. E quanto mais elevado, melhor.)

É preciso aprender a usar a nossa liberdade.

sábado, 24 de março de 2012

Sobre os cursos noturnos...

Recentemente uma sequência de twits do diretor do ICT disparou o descontentamento dos alunos da Unifesp sobre a postura da direção em relação aos cursos noturnos.

Na verdade, apesar de discordar total e obviamente das opiniões colocadas no Twitter, escrevo principalmente para criticar a falta de contexto como essas opiniões foram tratadas.

Um assunto dessa importância, que afeta alunos e a comunidade, não pode ser discutido em 140 caracteres. O erro foi a falta de habilidade para medir o impacto de um twit na comunidade de alunos. Há que tirar uma lição disso...

Novos tempos, novas ferramentas... Me chamou a atenção também a réplica bem humorada dos alunos. Eles adotaram o humor escrachado, às vezes negro, para comentar os Twits. Mas me preocupa quando o humor é a ferramenta de resposta. Será um "rir para não chorar"?.

domingo, 11 de março de 2012

Discurso. Paraninfo da turma 2012.

São José dos Campos, 10 de março de 2012.


Boa noite. Boa noite aos Formandos: Graziela, Lisboa, Rafael, Rodrigo, He­nrique, Thiago e Rogério. E lembremos também dos formandos que não estão presentes. Faço questão de cumprimentar os Familiares dos formandos. Enfim, boa noite a todos.

Antes de mais nada, quero agradecer o convite para ser o paraninfo da turma. É uma honra e uma grande alegria.

Mas, eu confesso, que enquanto eu planejava o que dizer nesse discurso, me ocorreu que o usual seria dar Parabéns aos Formandos e às Formandas. Entretanto, na verdade, o meu sentimento mais sincero não é o de dar parabéns.

Meu desejo é de agradecer. Vocês, caros Formandos e Formandas, deram muito mais do que receberam; então não se trata de parabenizar, mas sim de agradecer. Desse modo, o que eu sinceramente quero dizer é obrigado.

Obrigado por terem se aplicado. Obrigado por terem demonstrado ao longo desses anos as virtudes de dedicação, paciência, bom humor, cortesia e inteligência; entre tantas outras virtudes que eu poderia citar. Vocês, Formandos e Formandas, foram muito importantes na construção da UNIFESP de São José dos Campos. Vocês sabem disso.

Por isso, eu quero agradecer esse convívio durante o qual eu Aprendi com vocês muito mais do que Ensinei.


Feito esse agradecimento, agora sim eu aproveito para parabenizar por essa nova etapa que se abre em suas vidas.

E pensemos um pouco sobre essa nova fase... Façamos um último exercício.


Por um instante, busque recordar quais eram as suas expectativas quando vocês entraram na UNIFESP?

O que vocês esperavam do mundo? Qual era a sua visão sobre o seu lugar na Sociedade?


[pausa]


E hoje? Quais são as suas expectativas? Quais são os seus sonhos?


Tenho certeza de que as suas expectativas e sonhos são diferentes. Estão amadurecidos. Barreiras foram superadas e por isso vocês são pessoas diferentes. O seu lugar no mundo, agora, é mais amplo, tem mais possibilidades.


Observada essa mudança. Quero falar sobre a Educação.

Pois é disso que se trata a Educação. A Educação se trata de mudar as pessoas para melhor. De ampliar horizontes.


E nesse contexto, as escolas, como a UNIFESP são, simplesmente, o espaço onde se busca oferecer as condições ideias para que cada indivíduo possa efetivamente crescer intelectual, profissional e eticamente.

A Escola é um espaço onde cada aluno deveria poder dar o melhor de si. A UNIFESP também busca esse conceito, mas cabe reconhecer que talvez não tenhamos conseguido oferecer para vocês as condições ideais. Desculpem. Nós reconhecemos isso e trabalharemos para que a cada turma, a cada ano, essas condições sejam cada vez melhores.


Mas falemos sobre vocês, os donos e donas da noite de hoje.

A sua história de mudança não acaba aqui. Vocês são muito jovens e tem uma vida fantástica pela frente, a ser construída por vocês. Por favor, continuem ampliando seus horizontes. Continuem mudando para melhor dia após dia.


Faça do "ampliar-se", que até agora vocês tem feito tão bem, uma de suas metas de vida. E vocês sabem que não falo apenas em termos materiais.


Trabalhem a cada dia para serem melhores.


Como professor, essa foi minha última lição para vocês. Mas como amigo, minha porta estará sempre aberta.


Por fim, quero dizer que fico muito feliz em vê-los graduados e fico especialmente feliz de poder expressar essa alegria nesse encontro especial que é essa cerimônia de formatura.


Obrigado! Obrigado a todos pela atenção.

Discurso, Paraninfo da turma 2011.

Discurso, paraninfo 2011.



São José dos Campos, 19 de março de 2011.



Boa noite a todos os presentes. Formandos: Bruno, JV, Toni, Sano, Ordanini, Zé, Celso e Willian. Familiares dos formandos. Comunidade unifesp e Amigos.


Antes de mais nada, quero agradecer o convite para ser o paraninfo da primeira turma de formandos da UNIFESP São José dos Campos. É uma honra.


Hoje, nessa fala que dirijo e dedico especialmente aos formandos, quero abordar elementos sobre o passado, sobre o significado dessa cerimônia e sobre o futuro.


Sobre o passado, quero recordar com vocês aquela aventura que foi fazer o campus funcionar em março de 2007. Vamos viajar juntos ao passado e recordar interiormente as pessoas que fizeram parte dessa história; os docentes, os colegas de sala, os funcionários e servidores, os estagiários... Vamos recordar o espaço físico, a escada da entrada, a porta de fábrica, aquele corredor amplo mas de um vazio incômodo, a sala de aula, o laboratório. Para mim, essas são todas lembranças doces.


Guardo lembranças muito boas daquele período de nossas vidas.


Me lembro nítida e claramente do primeiro dia de aula, quando o olhar de vocês transbordava de expectativas. Me lembro também de tentar chamar a atenção de vocês para dois aspectos que vocês talvez ainda não pudessem perceber sozinhos. O primeiro aspecto era sobre a importância da turma na formação de cada um de vocês; que vocês se tornariam grandes amigos ao superar juntos os desafios que estavam por vir... e não foram poucos os desafios.


Também adverti para o fato de que quatro anos passariam muito rapidamente. E aqui estamos nós, na cerimônia de entrega dos certificados de conclusão de curso.




Sobre o presente, eu quero analisar o significado dessa tradicional cerimônia acadêmica que é a colação de grau. O que significa essa cerimônia?


Antes de mais nada, já se perguntaram o por quê dessas roupas? Na minha opinião, esses trajes tradicionais significam: o mundo mudou, mas ainda é o mesmo espírito que nos anima... Voltarei a falar sobre qual é este espírito.


A cerimônia de colação de grau pode ser analisada sob dois pontos de vista: do aluno e da instituição.


Para o aluno, muito além da simples entrega de um diploma, ela marca o cumprimento de um objetivo. Marca o final de uma fase e o início de outra muito mais importante e longa.


Para a UNIFESP, em parte, essa cerimônia cumpre a função de afirmar que os primeiros objetivos deste campus foram cumpridos. Ela carrega uma mensagem forte dizendo para todos e aos quatro ventos: estamos cumprindo o nosso dever, estamos fazendo acontecer a nossa razão de ser.


E que Razão de Ser é essa? Para que existe a Universidade?


Quanto mais eu reflito sobre isso, mais eu me convenço de que o objetivo da universidade deve ser o de criar condições e formar pessoas capazes para dar continuidade ao projeto de construção de uma sociedade melhor.


Você pode se perguntar se isso existe. Sim, eu acredito que existe um projeto de sociedade. Ele tem problemas, mas esse projeto está baseado em princípios tão fortes e verdadeiros que simplesmente não podem ser derrotados. Cito como exemplos desses princípios a Verdade, a Justiça e o Amor ao Próximo.


Quem pode vencer princípios como estes? Quem poderia se opor a eles?


Então, abrindo a parte de minha fala que trata sobre o futuro, deixo a minha última lição como seu professor. Busquem trabalhar por aquilo que conduzirá a sociedade em que vivemos para um futuro melhor. E rejeite todo o resto.

Ao fazer isso, ao adotar esse caminho, vocês nunca estarão sozinhos.


E se você duvida que pode fazê-lo, pois parece ser uma postura muito altruísta, quero lembrá-los de que vocês já fizeram isso pelo menos uma vez. Vocês já contribuíram com altruísmo para o projeto de uma sociedade melhor, pois vocês ajudaram a construir esta universidade e isso nunca será esquecido, nem por vocês, nem por nenhum de nós. Vocês sempre serão a turma 01.


Vocês não serão esquecidos pois durante quatro dos melhores anos de suas vidas, vocês consistente e coerentemente demonstraram as virtudes de dedicação, responsabilidade, cortesia, inteligência livre e atenta, dentre outras virtudes que eu poderia citar.


Na construção desse campus, que de certa forma celebramos hoje, alguns sonharam, alguns colocaram tijolos, outros colocaram informação, mas vocês... Vocês colocaram a alma e deram sentido a este campus. Muito obrigado por isso! Obrigado.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pinheirinho: todos somos culpados.


Escrevo para comentar o triste episódio de reintegração de posse no Bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos-SP.

Primeiro, cabe comentar o que realmente aconteceu. Trata-se de uma área invadida, que como sempre, começa pequena e expande-se de forma descontrolada. O início da ocupação ocorreu a cerca de 8 anos atrás. Recentemente, os donos do terreno receberam direito de reintegração de posse. A mídia tem tocado apenas superficialmente sobre o que realmente aconteceu, uma das melhores reportagens foi a da TV Cultura (http://www.youtube.com/watch?v=xVdsOIBtSow), que apresenta os donos do terreno (massa falida do Grupo Naji Nahas, aquele mesmo...), a instância da justiça, entre outras informações.

Desse modo, não vou comentar a violência, nem as imagens. Isso pode ser visto nas mídias sociais, que apesar de apresentarem superficialmente o caso, o fazem com bom volume de informações. Chamo a atenção apenas para o fato de que a maioria dos links que aparecem nas primeiras páginas do Google são de origem na grande Mídia (Globo, UOL, Terra, Estadão). Cuidado, a apresentação de fatos por essas fontes é sempre duvidosa e parcial. Supere a preguiça mental e avançe algumas páginas no Google, procure relatos independentes.

Sobre esse triste episódio, pretendo comentar algumas consequências óbvias e algumas de suas causas que até agora não compreendo.

Primeiro, descrevo a minha motivação para escrever. Ela nasceu de um post no Twitter feito pela Prefeitura de São José dos Campos. Um screenshot do infeliz twit está colocado acima do texto. Fiquei revoltado com tamanha cara de pau! Retornar por conta própria?
Isso me levou a crer que a culpa da violência é de todos nós, que aceitamos calados mentiras como essa. Por isso resolvi escrever... Sei que é muito pouco. Mas se todos gritássemos...

A segunda razão porque escrevo é para expor a natureza política da ação. O PSDB, que dirige as esferas estaduais e municipais, demonstrou toda a sua face em pleno ano eleitoral. Com isso, realmente acredito (e espero) que marcaram o final, para sempre, de sua posição confortável na política paulista.

Alguém duvida que as eleições municipais de 2012 estarão repletas de imagens do Pinheirinho? A imprensa internacional já está repercutindo as imagens...

Mas tem algo de perverso nisso. Por que o Governo Federal não interveio? De fato, não é de sua alçada jurídica, mas poderia SIM intervir politicamente! Minha teoria, apenas uma teoria, é a de que a cúpula petista, aquela dos bastidores, deve estar festejando o incidente, que em pleno ano eleitoral fará diferença nas urnas. O Governo Federal está dando corda para o PSDB se enforcar...

Mas eu me pergunto por que a Prefeitura de São José dos Campos e o Governo Estadual optaram por agir com tamanha truculência. Realmente não entendo. Existiam alternativas. A primeira e mais óbvia seria a desapropriação daquela área para fins de bem público, a indenização dos proprietários e por fim dar o direito de compra aos atuais moradores. Talvez isso fosse até mais barato.

Mas não. Optou-se pela reintegração com o uso da força. Por que?

Na minha opinião, foi um recado da prefeitura para dois públicos. Publico B (ou Z): "Invasores, olhem como agimos aqui."

Por outro lado, para o Público A (ou P de Prime): "Investidores, olhem como cuidamos do seu patrimônio." Sabemos que as cidades do Vale do Paraíba, tradicionalmente, não toleram a formação de favelas e que se há algo que São José dos Campos preza é a sua imagem frente aos investidores externos.

No entanto, acredito que o PSDB vai pagar um preço político muito alto pela ação. Mas os políticos do PSDB não podem levar a culpa sozinhos.

Sabe quem é o maior responsável? Somos nós mesmos.

No fundo, sem revelar nem expor, cultivamos o preconceito de que os moradores daquele bairro são vagabundos invasores, marginais e mulheres da vida. O PSDB agiu tal como agiu, dentro da lei, mas de forma eticamente errada, pois tem eleitores que pensam assim e que apoiam a ação. Acham correto "descer" o cacetete nos excluídos.

Olhe as mídias sociais. Tem mais referências à Luiza e ao BBB do que ao Pinheirinho. Por que?
As pessoas não estão vendo as notícias? Não! Elas concordam com o que estão vendo!

Mas não! Por favor não! Ali, no já vazio Pinheirinho (vazio segundo a Mídia, eu não acredito que já esteja vazio...), viviam pessoas que se tivessem condições melhores (leia-se: emprego, educação noturna de qualidade e apoio social) não estariam mais morando naquele bairro. Sim, todos eles sabiam que um dia podiam ser despejados, mas que opção eles tinham?

Eu me sinto responsável. Me sinto mal por não fazer nada. Me sinto péssimo por ter amigos que acham correto o que aconteceu.


Arlindo.


Ps.: por fim, cabe um comentário adicional. Agora você compreende por que a Prefeitura de São José dos Campos, ao longo de 2011, fez tanto esforço para constituir uma guarda municipal armada?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Enquanto o hit do Michel Teló tem 14 milhões de visualizações, este vídeo tem apenas 12 mil:

A Ordem Criminosa do Mundo / El Orden Criminal del Mundo
http://www.youtube.com/watch?v=GYHMC_itckg

No vídeo algumas personalidades da esquerda discutem o capitalismo criminal que vivemos...

Ao assistí-lo, fico me perguntando: como deveria ser, afinal, a ordem mundial?

Recentemente li a República de Platão. No livro o Filósofo define a Justiça e como ela deveria ser materializada em um estado. O que Platão escreveria hoje?


Arlindo.
Roma.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Quem precisa do Facebook?

Estou de férias. Então resolvi tirar a poeira de minhas ferramentas digitais: escrevi nesse blog, ajustei meu perfil no Twitter e criei uma conta no Facebook (FB).

Escolhi este último para comentar a respeito... A priori, eu estava convicto de que não precisava de mais uma ferramenta inútil. Mas, devido a penetração do FB, resolvi criar uma conta. Resolvi experimentar.

Criei a conta, convidei algumas pessoas e encontrei algumas outras. Feito isso, continuei sem encontrar uma utilidade para a ferramenta. Além disso, recebi quase uma centena de emails em 3 dias, ocupando espaço na minha já lotada caixa postal.