sábado, 2 de abril de 2016

Excelência vs Estímulos

Esta semana fizemos uma dinâmica com os alunos. Após lembrar o quanto o conhecimento é importante na sociedade atual, perguntei: quais fatores impedem de dedicar-se mais à produção de conhecimento?

Os alunos discutiram entre si, sem intervenção, por quase uma hora e elaboraram uma lista de fatores. Alguns fatores eram esperados, tais como falta de infraestrutura, didática docente etc. Mas um ponto estava fora da curva e chamou minha atenção. Eles apontaram a falta de estímulo para a excelência como sendo um dos fatores que dificultam o maior envolvimento em produção de conhecimento.

Aquela resposta me fez pensar. Eu tenho me flagrado pensando sobre o assunto, então resolvi escrever essa breve análise, fundamentalmente, para continuarmos a discussão.

O que é Excelência? E o que seriam estímulos para a excelência?

Excelência pode ser definida como fazer algo muito bem, de modo perfeito ou quase perfeito, com qualidade acima da média. Ser Excelente é ser superior ao comum. É ser mais adequado do que os demais a sua Razão de Ser. É ter propriedades mais desenvolvidas.

No contexto pessoal, Excelência normalmente adquire-se com esforço e persistência. Mal consigo desassociar o conceito de Excelência do conceito de Trabalho. Quantos casos de excelência nata, espontaneamente adquirida, consigo enumerar? Não me ocorre nenhum. (Nem mesmo na natureza a excelência me parece espontânea. Por exemplo, a excelente beleza de uma rosa evoluiu até ser apreciável.)

Pense em alguns exemplos de Excelência. Albert Einstein, Ayrton Senna e Gandhi me ocorrem como exemplos de pessoas que buscaram a Excelência. Qual seria a motivação que tiveram para acordar todos os dias pela manhã e buscar resultados excelentes?

E quais seriam os estímulos para a Excelência? Particularmente, quais estímulos podem ser dados dentro da Universidade para que um aluno seja excelente? Algumas medidas simples me ocorrem e podem ser realizadas. Dar oportunidade para que o aluno excelente alcance um 10, ao invés de 9 ou 8. Elogiar o bom desempenho. Dar tapinhas nas costas. Outras medidas, menos simples, podem ser mais efetivas, tais como desafiar e abrir oportunidades para alunos com excelente desempenho, por meio do encurtamento do prazo de integralização de créditos ou ampliação de programas de bolsas por mérito acadêmico.

Alguma dessas medidas motivadoras seria decisiva para "criar" um Albert Einstein ou um Gandhi?

Agora compare o valor entre essas duas coisas. O valor de ser Excelente e o valor das motivações para ser Excelente que a Universidade pode oferecer. Imagine uma balança com dois pratos, de um lado, Ser Excelente, do outro as motivações para ser excelente.

Perceba o abismo entre os pesos... A balança que eu imagino nem balança.

Termino aqui. Espero ter mostrado o maior e melhor estímulo para a Excelência: a própria Excelência.

Forte abraço!