quarta-feira, 27 de julho de 2016

Mudanças comportamentais

Lendo sobre Population Health, passei por um artigo sobre mudanças de comportamento para redução de acidentes. No artigo encontrei esta interessante passagem sobre Teorias do Comportamento aplicada a ações com impacto em saúde:

"Considering all five theories and their many variables, eight variables appear to account for most of the variations in health-related behaviors: (1) intentions, (2) environmental barriers, (3) skills, (4) outcome expectancies (or attitudes), (5) social norms, (6) self-standards, (7) emotional reactions, and (8) selfefficacy." (from "Population Health: Behavioral and Social Science Insights (English Edition)" by U.S. Agency for Healthcare Research and Quality)

De 1 a 3, são aspectos essenciais, sem os quais uma atitude não é tomada. É preciso intenção, possibilidade e capacidade. De 4 a 8, cada elemento é um plus.

Essa mesma teoria do comportamento, neste caso aplicada para a redução de comportamentos de riscos, também pode ser aplicada para mudanças de hábitos alimentares, de saúde e de relacionamento.

Fiquei curioso sobre como pode ser aplicada para evitar fracasso escolar?

Neste contexto, me pareceu que os elementos de 4 a 8 tem peso maior do que em aplicações tais como saúde e redução de acidentes.

5. Se estudar não faz parte das normas sociais de um jovem, ele não o fará. 6. Se estudar não atende aos padrões pessoais de um indivíduo, ele não o fará. 7. Se há reações psicológicas negativas envolvidas com o ato de estudar, ele não o fará. 8. Se não se sente apto a adquirir um conhecimento, ele não iniciará a tarefa.

Talvez, a chave da diferença seja o ponto 4. No fracasso escolar, a expectativa de resultados é a longo prazo e não afeta a sobrevivência (hoje em dia não mais) tanto quanto afetam questões de saúde. Se assim for, é preciso aumentar a motivação para o sucesso escolar... Como? Apresentando casos de sucesso. Apresentando as consequências do fracasso escolar. Demonstrando o valor da evolução pessoal (capacidade de ler o mundo) e a dependência que essa evolução tem dos estudos.

sábado, 11 de junho de 2016

Exausto!

Me sinto exausto da realidade política brasileira. Inegavelmente, a qualidade do que chamamos homem público é baixa, os exemplos são muitos.

Mas por que esses representantes anti-éticos são o padrão e norma?

O homem de bem sequer cogita entrar no meio, ou quando entra é por ele consumido. Pensando assim, não importa quem entre, será consumido.

Mas não existe meio sem homens. Cabe então perguntar: como quebrar o ciclo?

Por essa linha de raciocínio, defendo a ideia que pode levar à maior revolução de todos os tempos: não reeleger ninguém! Sem exceção. Uma reforma política, paciente, paciente e, sobretudo, consciente.

Resolverá? Talvez não. Mas é uma mensagem linda!

sábado, 2 de abril de 2016

Excelência vs Estímulos

Esta semana fizemos uma dinâmica com os alunos. Após lembrar o quanto o conhecimento é importante na sociedade atual, perguntei: quais fatores impedem de dedicar-se mais à produção de conhecimento?

Os alunos discutiram entre si, sem intervenção, por quase uma hora e elaboraram uma lista de fatores. Alguns fatores eram esperados, tais como falta de infraestrutura, didática docente etc. Mas um ponto estava fora da curva e chamou minha atenção. Eles apontaram a falta de estímulo para a excelência como sendo um dos fatores que dificultam o maior envolvimento em produção de conhecimento.

Aquela resposta me fez pensar. Eu tenho me flagrado pensando sobre o assunto, então resolvi escrever essa breve análise, fundamentalmente, para continuarmos a discussão.

O que é Excelência? E o que seriam estímulos para a excelência?

Excelência pode ser definida como fazer algo muito bem, de modo perfeito ou quase perfeito, com qualidade acima da média. Ser Excelente é ser superior ao comum. É ser mais adequado do que os demais a sua Razão de Ser. É ter propriedades mais desenvolvidas.

No contexto pessoal, Excelência normalmente adquire-se com esforço e persistência. Mal consigo desassociar o conceito de Excelência do conceito de Trabalho. Quantos casos de excelência nata, espontaneamente adquirida, consigo enumerar? Não me ocorre nenhum. (Nem mesmo na natureza a excelência me parece espontânea. Por exemplo, a excelente beleza de uma rosa evoluiu até ser apreciável.)

Pense em alguns exemplos de Excelência. Albert Einstein, Ayrton Senna e Gandhi me ocorrem como exemplos de pessoas que buscaram a Excelência. Qual seria a motivação que tiveram para acordar todos os dias pela manhã e buscar resultados excelentes?

E quais seriam os estímulos para a Excelência? Particularmente, quais estímulos podem ser dados dentro da Universidade para que um aluno seja excelente? Algumas medidas simples me ocorrem e podem ser realizadas. Dar oportunidade para que o aluno excelente alcance um 10, ao invés de 9 ou 8. Elogiar o bom desempenho. Dar tapinhas nas costas. Outras medidas, menos simples, podem ser mais efetivas, tais como desafiar e abrir oportunidades para alunos com excelente desempenho, por meio do encurtamento do prazo de integralização de créditos ou ampliação de programas de bolsas por mérito acadêmico.

Alguma dessas medidas motivadoras seria decisiva para "criar" um Albert Einstein ou um Gandhi?

Agora compare o valor entre essas duas coisas. O valor de ser Excelente e o valor das motivações para ser Excelente que a Universidade pode oferecer. Imagine uma balança com dois pratos, de um lado, Ser Excelente, do outro as motivações para ser excelente.

Perceba o abismo entre os pesos... A balança que eu imagino nem balança.

Termino aqui. Espero ter mostrado o maior e melhor estímulo para a Excelência: a própria Excelência.

Forte abraço!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Quem precisa do Facebook (continuação)

Completei 4 anos de uso do FB. Há prós e existem muitos contras. Tem muito lixo, mas também tem coisas interessantes e engraçadas.

De ferramenta inútil passou a mal necessário; muitas pessoas me chamam pelo FB antes de tentar o email ou WhatsApp (que não existia no primeiro post de 01/01/2012).

Se temos de conviver com ele, aqui vão algumas precauções:
- filtre os geradores de lixo;
- páginas interessantes merecem Like, minha timeline ficou muito mais interessante depois que assinei algumas boas fontes, como os jornais e sociedades científicas;
- sobretudo, o face não merece mais do que 5 minutos do seu tempo. Calcule: 20 minutos por dia implica jogar fora uma semana do ano!

A melhor estratégia ainda é entrar, ver se tem notificações e sair. Tá de bobeira completa, esperando o ônibus, OK, o entretenimento pode ser válido.

Além do uso do tempo, outra questão me preocupa: a formação de opinião superficial, muitas vezes manipuladora. Não existe informação sem intenção, mas é melhor evitar aqueles memes construídos para cativar a sua atenção, que exploram preconceitos e medos.

Por falar em medo, tenho um certo medo do impacto desses memes na sociedade. Sim, há impacto. Assim como a TV teve e tem impacto, estes memes dignos de zumbis também terão...