quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nhá Chica, a Santa de Baependi-MG

Preciso ser breve, pois os alunos me esperam...

Quero apenas registrar que as pessoas deviam conhecer a história de Nhá Chica, a Santa de Baependi-MG. É uma das mais belas, senão a mais bela, história de vida que já vi.

Arlindo.

Ps.: Paulo Coelho também acha: http://paulocoelhoblog.com/2012/06/17/nha-chica-de-baependi/

Ciência aberta.

É insustentável que os artigos científicos continuem sendo pagos.

Por exemplo, se eu quiser fazer o download do meu artigo "Is IEEE 802.11 ready for VoIP?" deve-se pagar USD$ 31,00. Mas para fazer esse artigo eu era pago pelo CNPq...

A solução passa por aqui: http://arxiv.org .

Passa também por não aceitarmos que nosso trabalho seja cobrado. Uma boa alternativa é o modelo da revista Jisa (http://www.springer.com/computer/communication+networks/journal/13174), no qual um artigo fica disponível gratuitamente por um ano. Começa a ficar justo...

A própria Springer, uma das gigantes da área, já permite que os autores escolham por modelos gratuitos: http://www.springer.com/open+access/open+choice?SGWID=0-40359-0-0-0

Autores, acordem, pelas mesmas leis naturais que regem o software livre, seu artigo, se aberto, terá muito mais impacto.

terça-feira, 19 de junho de 2012

As pessoas enlouqueceram? Ou apenas defendem o próximo?

Ouvi três pessoas diferentes contestar as afirmações de que os alunos foram responsáveis pelo vandalismo e depredação e patrimônio público no campus Guarulhos da UNIFESP no dia 18/06/2012.

A primeira vez que ouvi foi de uma conselheira do Conselho de Assuntos Estudantis: "Nem sei se foram os alunos quem jogaram essa pedra."


A segunda vez, foi de uma professora de SJC: "Isso não foi filmado."

Na terceira vez, foi um aluno de SJC via Facebook. Ele contestava a presença de provas: "ninguem gravou os estudantes fazendo vandalismo?"

Caríssimos colegas! Quem vocês acham que pixou o campus antes da chegada da polícia? E depois... Quem vocês acham que quebrou os vidros? Quem vocês acham que revirou os armários? Quem quebrou os computadores?

Temos as seguintes alternativas:

a) Os alunos;
b) Os(as) funcionários(as) da secretaria acadêmica;
c) Os policiais militares para justificar a violência;
d) O Diretor do campus para colocar a culpa nos alunos;
e) O saci-pererê;
f) A velhinha de Taubaté.

Ora! Façam-me o favor de reconhecer os erros dos alunos.
Eu acho que nem vocês acreditam no que estão dizendo.


É claro que foram os alunos.

Fotos da depredação: http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/v/estudantes-da-unifesp-sao-detidos-apos-confronto-com-a-policia/1994998/

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uso político da greve de Guarulhos

Ainda sobre a greve e a violência em Guarulhos...

Algumas coisas são fatos praticamente indiscutíveis: devia ser evitada a presença da Polícia Militar no campus, a PM talvez tenha agido com excesso de força, os alunos NÃO deviam ter depredado o campus etc. Muitas coisas erradas juntas são um indicador irrefutável do alto grau de descontrole da situação.

Mas volto a escrever para destacar alguns usos e desdobramentos políticos da greve discente.

O primeiro, e mais óbvio, é a articulação do comando de greve com os partidos políticos. Sobre esse ponto não preciso me alongar, pois todos sabemos que boa parte dos alunos mais engajados também militam em partidos políticos, sobretudo nas alas radicais.

O segundo ponto é o que mais me preocupa agora...

Hoje existem duas cabeças a prêmio ou duas "batatas assando": a) a do Prof. Marcos Cezar, diretor do campus de Guarulhos; ainda hoje, cerca de 150 pessoas pediam sua cabeça na Av. Paulista. b) a da PRAE, que foi colocada a parte do processo de negociação para o retorno das aulas.

Hoje, durante a reunião do Conselho de Assuntos Estudantis, a gestão da PRAE sinalizou a possibilidade de renúncia. Muito bem, vamos falar claramente: não foi exatamente uma sinalização de desejo de renúncia, provavelmente é outro pedido fraternal de cabeças, a coisa está ficando insustentável. Então, com a boa intenção de apoiar a gestão da PRAE, o Conselho aprovou uma moção de apoio à PRAE, reforçando a importância do diálogo como único caminho para a resolução dos conflitos.

Entretanto, contudo e todavia... Temo que haja uma disputa de forças entre as -- hoje -- antagônicas forças da PRAE e da Direção de Guarulhos. E temo que a moção aprovada hoje seja uma arma nessa disputa. Esclareço: a PRAE e o seu respectivo conselho desaprova a gestão administrativa e de conflito exercida pela direção do campus de Guarulhos. Por outro lado, a Direção do campus de Guarulhos não dá participação à PRAE sobre suas ações sobre a greve. Temos, portanto, um impasse.

Aliás, os alunos falam abertamente que não negociam com a PRAE, pois esta é vista como uma entidade que defende os interesses da Reitoria. E como mencionei, os alunos pedem abertamente a renúncia do Diretor de Guarulhos.

A renúncia do Diretor, entretanto, não é apoiada pelos docentes. Pelo menos, não foi sequer acenada pela congregação do campus. Além disso, ele é um legitimíssimo dirigente eleito, inclusive, sem chapa de oposição.

Então, como isso pode se resolver? Me parece límpido e transparente que PRAE e Direção de Guarulhos estão em rota de choque. E vejo poucas possibilidades de que ambas, harmoniosamente, voltem a conversar. Não cabe perguntar quem vai ganhar, pois todos vão sair perdendo.

Quem, por fim, terá de resolver esse ponto de impasse? Será a Reitoria, nas figuras do Magnífico Reitor e do Consu. Não arrisco palpites... Apesar de tê-los...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ainda sobre Guarulhos...

No dia 28 de abril escrevi sobre as proporções que tomava a greve de Guarulhos. Reforço o que eu disse antes e que repeti no Conselho de Assuntos Estudantis: há uma guerra de informação em curso...

Além da guerra de (des) informação, quero acrescentar outros três pontos que me parecem fundamentais para pensar o que está acontecendo:

a) uso político. Alguns "alunos" alinhados a partidos políticos de extrema esquerda tem utilizado a greve dos alunos como forma para atacar o governo federal. Hoje, estamos por um fio para que o objetivo desses partidos seja alcançado. Será que os episódios serão mostrados no Jornal Nacional na próxima hora? Acho que serão... E se forem, ponto para os extremistas da esquerda!

b) disputa de poder. A continuidade da greve interessa para alguns grupos, em especial, interessa para o comando de greve. Enquanto a greve continuar, eles mantém o poder. Com coação e violência, bloquearam o diálogo e as negociações. Enquanto estes elementos falarem pelos alunos, não haverá avanço. E é isso que eles querem! Não sejamos tolos, esses indivíduos não são alunos, são líderes de partidos de extrema esquerda. Não estão interessados no bem da Unifesp, se estivessem, não a depredariam.

c) práticas políticas no meio acadêmico. Estamos incorporando no meio acadêmicos discursos políticos e, o que mais me incomoda, práticas políticas. Por exemplo, por que um estudante que depreda patrimônio público não pode ser preso? Esses estudantes detidos na PF da Lapa não são presos políticos, estão detidos por depredação. Há um nível de banditismo nas ações do comando de greve. Ninguém fala... Mas todo mundo sabe disso...

O assunto é todo delicado, por isso paro por aqui.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Redes complexas... Que área é essa?

Em 2008 me deparei com problemas de redes, em grandes redes, cujo único caminho para solução era a simulação de comportamentos dos nós. As redes em questão continham milhares de nós (vértices) e dezenas de milhares de ligações entre os nós (arestas).

Mais recentemente, em 2010, começamos a trabalhar em algoritmos para detecção de motifs em redes biológicas. De novo, a única saída para manipular tais redes complexas foi a simulação.

Agora, ao buscar métodos para extração de Inteligência Coletiva a partir de dados coletados por telefones celulares, novamente esbarro em técnicas de simulação em grafos.

Me dei conta de que os problemas realmente interessantes da atualidade são mapeáveis em redes complexas ou grandes grafos. Isto é: é como se tivéssemos atravessado a barreira dos pequenos problemas, todos esses já resolvidos ou bem estudados, e entrado no desafio de entender o todo.


No fundo, queremos responder: qual é a estrutura das estruturas? Como essas grandes redes se formam? O que as mantêm coesas? Etc.


Refletindo um pouco mais sobre essas "coincidências"... tentei buscar as referências teóricas sobre o assunto. Fui descendo nas referências até chegar nos artigos seminais de Paul Erdos e Rényi sobre Randon Graphs (Grafos Aleatórios).

Não sabemos qual é a estrutura que rege as redes complexas, mas sabemos que elas podem ser e são representadas por meio de grafos. Apesar de conhecermos uma miríade de resultados sobre grafos pequenos, pouco sabemos sobre a estrutura de grafos grandes, que são os mais reais e interessantes.

Por enquanto, já me armei com 3 livros novos, além de alguns artigos da Internet. Minha primeira dúvida é escolher um nome para a área. Os principais candidatos são:

  • Redes complexas, pegada em grafos;
  • Ciência de redes, pegada matemática;
  • Inteligência coletiva, pegada em Inteligência Computacional.
Por enquanto, prefiro o termo Redes Complexas.