sábado, 25 de dezembro de 2021

Dois momentos de tristeza na pandemia

Durante a pandemia perdi conhecidos e desconfio que perdi uma pessoa muito querida para o vírus.

Senti uma tristeza profunda por duas vezes. Profunda mesmo. Foi marcante porque eu não conhecia esse sentimento. Era a tristeza da perda irreparável. Da perda que não era pessoal, mas sim para a humanidade.

Uma vez foi em meados de abril de 2020, quando percebi que milhares de brasileiros morreriam na pandemia. O desencontro na gestão ficou patente; o desastre era óbvio. Doeu como se tivesse perdido um amigo.

A segunda vez foi hoje, Natal de 2021, quando me dei conta de que a pandemia não vai passar.

As mortes caíram, mas o número de novos casos de Covid em escala mundial está obdecendo o comportamento de uma senóide. Cíclico. A pressão voltará todas as férias e todos os invernos. Somam-se a isso o perigo das novas variantes.

Já estamos no nosso novo normal. Abre e fecha é o novo normal. Para quem é responsável não vai mais ter aglomeração. Intervalo de aula na cantina, sala cheia, Carnaval na muvuca? Tudo coisa do passado.

Estreia lotada de filme da Marvel? Show dos Rolling Stones em Copa? Telão na praça para ver final de copa do mundo? Nem de máscara.

C'est fini.

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