quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Por que não reelejer ninguém? NINGUÉM!

Antes de apresentar prós e contras dessa ideia, esclareço que ao usar a palavra ninguém eu realmente quero dizer ninguém, nenhum, nem para contar as histórias -- sem exceções.

A principal razão para isso é fazer Justiça.
O Brasil sangra, ou melhor, é sangrado por políticos e partidos. Sabemos também que estes (ir)responsáveis não serão punidos. Um ou outro bode expiatório cumprirá penas curtas, curtíssimas, e logo voltará a nos sangrar. São muitos os exemplos anteriores de impunidade: Collor, Roberto Jefferson, José Dirceu, Paulo Maluf, etc.

Mas como podemos sair dessa situação?
O sistema judiciário, em geral, é ineficaz e às vezes conivente com os esquemas. Uns poucos grupos efetivamente combatem a corrupção. Definitivamente, não podemos contar com o Judiciário. Além disso, o sistema eleitoral é falho, elegendo pela quota partidária velhos caciques com os votos de celebridades. Por exemplo, dos 513 deputados apenas 36 teriam sido eleitos com os seus próprios votos. Também ficou claro que o poder de mobilização da sociedade não será capaz de fazer barulho o suficiente para ser ouvida.

Na verdade, não podemos contar com ninguém; não há salvador. A nossa única arma é o voto. Uma arma que tem sido muitíssimo mal utilizada, ou não estaríamos nessa situação.

E o que é o melhor a se fazer com o nosso voto?
Primeiro, não votar naqueles partidos que comprovadamente estão envolvidos nos esquemas de corrupção. Na minha opinião (pode criar a sua própria lista, mas tenho certeza de que haverá coincidências), os piores, em ordem, são: PT, PMDB, PSDB, PP, PR, DEM e PSB. Mas os demais também não são redutos de pureza.

Um partido político, observe bem, é um esquema que premia os mais corruptos. Como se forma a hierarquia em um partido? Quem manda mais? Quem é capaz de arrecadar mais recursos para as campanhas. Quem tem mais esquemas. Ou seja, os caciques são, por construção, os piores. Então, a segunda coisa a se fazer com o seu voto é evitar os caciques.

E, é claro, seu voto deve ser dado para candidatos éticos e idôneos.

Essas seriam regras básicas, mas é preciso ir além. É preciso dar um basta. É preciso sinalizar que o povo não é tolo, nem tem sangue de barata. É preciso dar o "troco". Sem o sentimento de vingança, mas de Justiça.

Então, o que podemos fazer para dar o troco? Podemos não reelejer ninguém. Ninguém! Seria um recado sonoro do nosso descontentamento. Do alto de sua superioridade, o povo aplicaria o mais duro castigo à classe política: o ostracismo.

Imagine se isso acontecesse... Como seria o sentimento de esperança? Como seriam as manchetes na imprensa mundial? Seria o mais belo sinal de que o Brasil tem jeito. Seria uma inesquecível lição de Democracia para todas as nações do mundo. Enfim, seria lindo.

É utópico, mas sair rápido dessa crise também o é. Precisamos sonhar.

Só por esse recado de força (de caráter, inclusive) para o mundo já valeria a pena abraçar a iniciativa, mas há outras razões concretas para não reeleger:

a) Seria um duro golpe nos esquemas de corrupção existentes.
b) Os políticos perderiam o foro privilegiado automaticamente, abrindo a possibilidade de serem pegos no ficha limpa.
c) O Brasil precisa de reformas. Com o congresso e o executivo renovados, o corporativismo tenderia a diminuir, seria mais fácil reduzir super salários e os privilégios parlamentares.
d) Um quadro renovado trará ideias novas e buscará reverter o sentimento popular de insatisfação. Hoje, os políticos concentram-se apenas em salvar a sua própria pele.
e) Seria mais fácil para o futuro presidente, seja ele quem for, formar um novo pacto no congresso em torno de uma agenda positiva, sem a necessidade de compra de votos. (Estranho dizer isso, mas foi assim nos últimos 20 anos.)
f) E, é claro, os políticos passariam a respeitar mais o povo.

Pode-se questionar que perderíamos alguns bons políticos que ainda existem. Esse é um risco. Mas quantos bons políticos você conhece? É um preço a se pagar, com custo quase zero. E o bom homem público encontrará o seu caminho, continuará contribuindo.

Este é o meu sonho e é assim que vou orientar o meu voto.
Para eles, os políticos, o merecido ostracismo. Para nós, o povo, a esperança.
Por favor, não reeleja!

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